Se você tem um site ou blog, deve ter reparado em uma certa oscilação nos acessos orgânicos vindos do Google. A gigante da tecnologia tem feito constantes alterações em seu algoritmo e, dentre as mudanças mais significativas, está o impacto da Inteligência Artificial (IA) na forma como os conteúdos são avaliados e ranqueados, gerando novas diretrizes dentro das técnicas de SEO.
O SEO está diretamente ligado à otimização de palavras-chave, buscando entender os termos que os usuários mais buscam e personalizar os conteúdos para que sejam encontrados dentro deste contexto.
Entretanto, com o avanço da IA e, especialmente, a introdução do Google RankBrain e das atualizações de Conteúdo Útil, o algoritmo passou a entender melhor a intenção do usuário enquanto ele faz uma nova pesquisa. Em vez de simplesmente identificar palavras-chave e otimizações, ele agora avalia se o conteúdo realmente responde à dúvida ou necessidade daquele usuário, buscando evitar frustrações com conteúdos de baixa qualidade.
Essa mudança criou uma nova era do SEO, onde a experiência do usuário e a relevância do conteúdo se tornaram prioridades ainda maiores.
Os impactos das atualizações de Conteúdo Útil no rankeamento do Google
Se você não acompanhou todos os desenrolares das atualizações do Conteúdo Útil do Google, é provável que ainda não saiba que a oscilação de acessos orgânicos do seu site é fruto das diversas alterações no algoritmo do buscador.
Dando um panorama geral, em 2022 houve uma grande atualização em relação ao que o Google entende como um conteúdo útil e que gera valor. No blog da empresa, é possível ver as principais mudanças nesse sentido, as quais envolvem mais conteúdos com “pessoas em primeiro lugar” e menos conteúdos focados em rankeamento.
Essa máxima está evidenciada em um dos principais itens do artigo: “Evite criar conteúdo pensando primeiro nos mecanismos de pesquisa”.
Mas o que isso significa na prática?
De acordo com a empresa, é importante seguir a regra E-E-A-T, que em português significa: experiência, especialização, autenticidade e confiabilidade. Para isso, os criadores de conteúdo precisam pensar em como quem está navegando na plataforma irá se sentir ao encontrar a página no resultado de pesquisa.
O seu conteúdo precisa demonstrar, portanto, que é autêntico e especializado, sem ser genérico ou copiado de outros lugares. O site precisa ser confiável, com uma área de autor que traga informações relevantes sobre quem criou esse conteúdo. Por fim, mas não menos importante, manter uma boa experiência de navegação dentro do site segue sendo um ponto relevante, e isso inclui a necessidade de as páginas carregarem rapidamente.
Apesar de buscar melhorias, a atualização do Google também criou muitas controvérsias, principalmente quando focamos em pequenos sites de nicho e que, teoricamente, seguem exatamente os pontos citados no E-E-A-T.
Muitos desses sites, como blogs de viagens e de cultura, viram seus acessos desaparecerem da noite para o dia com a atualização de Conteúdo Útil. Um dos grandes motivos está no fato de que o primeiro update criou um rankeamento para o domínio como um todo, e não apenas no nível das páginas, fazendo com que os sites despencassem nas classificações antes mesmo de entenderem o que estava acontecendo com o algoritmo.
Ao longo desses 3 anos, novos updates foram implementados e o estado do algoritmo sofreu leves alterações. O mais recente aconteceu neste mês, o que pode levar alguns sites a sentirem uma oscilação de acessos – para o bem ou para o mal.
IA no algoritmo e também nos resultados
Se existe uma disputa acontecendo nesse exato momento, ela está ligada às ferramentas de IA generativa. Hoje, diversas são as opções de IA para criação de conteúdo, com ChatGPT, Perplexity, Copilot, Gemini e, mais recentemente, DeepSeek, na disputa pela atenção do público.
Quando as atualizações recentes do algoritmo do Google começaram, muitos estudiosos reportaram que usar conteúdo feito por IA penalizaria os sites, o que, a longo prazo, se provou uma grande inverdade.
O próprio Google fez um artigo destinado a esclarecer dúvidas sobre o uso de IA na produção de conteúdo. Para a empresa, é indiferente se o conteúdo é produzido por uma ferramenta de IA, desde que ele seja útil e se enquadre nas definições de E-E-A-T mencionadas anteriormente.
Ainda conforme a empresa, toda forma de tecnologia tem auxiliado na criação de conteúdo e classificação dos sites ao longo dos anos. A automação, por exemplo, facilita a escalabilidade de conteúdos há bastante tempo, o que não significa que tenha gerado conteúdos de baixa qualidade.
Desta forma, ao fortalecer os critérios de avaliação e o rastreamento de conteúdos massivos e de baixa qualidade, o Google afirma que estabelece regras claras e que previnem comprometimentos de resultados.
Se na prática isso se confirma, é algo que cabe debate entre especialistas, pois atualmente muitos conteúdos que ficam na página principal do buscador não são tão especializados assim.
E falando de resultados, é imprescindível abordarmos a Gemini na página principal do Google. Hoje, a IA entrega os principais resultados antes mesmo dos links de sites, trazendo as fontes em suas respostas.
Com uma proposta muito similar à da Perplexity, a atuação da Gemini deve se tornar ainda maior nos próximos anos. O Google apresentou recentemente em seu blog uma nova ferramenta chamada AI Mode, que será uma IA embarcada na pesquisa, permitindo que os usuários façam suas perguntas diretamente na página principal do buscador.
Essa disputa com a Perplexity parece que só irá escalonar nos próximos anos, já que a concorrente recentemente lançou uma campanha bem-humorada mostrando como a ferramenta é mais intuitiva – e rápida – que o Google:
Como se destacar nas pesquisas na nova era do SEO?
Apesar de ainda não haver uma resposta concreta sobre a indexação de resultados dentro das ferramentas de IA, é seguro dizer que as regras de SEO e as diretrizes de E-E-A-T seguem sendo o norte para que os conteúdos apareçam no buscador.
O fato de termos novas diretrizes não significa que as antigas foram totalmente descontinuadas. Você ainda deve otimizar palavras-chave, ter textos bem estruturados, levar em consideração títulos, quantidade de palavras e todos os pontos que hoje funcionam. Entretanto, a forma de comunicar precisa ser diferente.
Desse modo, conquistar tráfego orgânico se tornará um desafio ainda maior ao longo do tempo, e os profissionais terão que se adaptar às novas necessidades do mercado para garantir que os conteúdos sejam encontrados.
Um ponto importante é ver na IA uma aliada para criar conteúdos mais interessantes e otimizados dentro das necessidades do algoritmo do Google. O foco é ter a IA como uma companheira de trabalho, e não alguém que faça o trabalho por você.
Portanto, siga as dicas e garanta que seu conteúdo esteja o mais otimizado e adequado possível:
1 – Foque na intenção do conteúdo
Antes de começar a escrever, identifique qual é a intenção de busca por trás das palavras-chave. O seu conteúdo deve atender a essa intenção de forma clara e eficaz.
2 – Utilize a IA de forma estratégica
Use a IA para pesquisa de palavras-chave, criação de esboços e otimização de conteúdo. Essas ferramentas podem ajudar a acelerar o processo de criação, mas sempre revise os resultados e não deixe o core do seu conteúdo nas mãos do robô.
3 – Conteúdo de qualidade e com profundidade
Escreva artigos profundos, com informações detalhadas e bem pesquisadas. Não tenha medo de ir além do básico e fornecer conteúdo exclusivo que resolva as necessidades das pessoas.
4 – Invista no E-E-A-T
Estabeleça a autoridade do seu site com fontes confiáveis, incluindo citações e links para estudos ou publicações relevantes. Construa um portfólio de conteúdo que demonstre expertise e credibilidade no seu nicho, além de criar uma área que mostre informações básicas dos autores dos posts.
5 – Otimize a experiência do usuário
Garanta que o site tenha um design responsivo, seja rápido para carregar e fácil de navegar. Um bom UX pode aumentar o tempo de permanência e reduzir a taxa de rejeição.
6 – Monitore resultados e ajuste regularmente
O SEO é uma prática dinâmica. Acompanhe os resultados das suas ações, faça ajustes contínuos e fique atento às atualizações do Google para se manter competitivo.